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Ética profissional

Carta das Responsabilidades dos Jornalistas

Carta elaborada de acordo com os príncipios da Carta das Responsabilidades Humanas

A Carta dos Jornalistas visa a reflexão para o exercício de uma profissão.

Carta das Responsabilidades dos Jornalistas

proposta do Núcleo Santos

24 novembro 2007, Santos, SP

JUSTIFICATIVA:

Antes de propor temas que devem ser levados em consideração pela Carta dos Jornalistas, cabe aqui uma digressão: no momento atual de difusão maciça do discurso ambiental, devemos lembrar que ele começou a ser estruturado entre os anos 60 e 70, em que uma realidade futura era vislumbrada, mas os mecanismos e ferramentas de ação ainda não haviam sido criados.

Apesar de existirem diversas iniciativas que apontam para um modelo diferenciado de comunicação (muitas delas exitosas e consolidadas, ainda que não absorvidas ou reconhecidas pela mídia tradicional e hegemônica), consideramos que uma Carta para a Responsabilidade dos Jornalistas é proposta, neste começo do século XXI, a partir de um momento semelhante ao do discurso ambiental nos anos de sua formação, com um futuro de transformações para o qual as praticas são ainda incipientes.

Por isso não queremos estabelecer regras, mas que a Carta dos Jornalistas sirva de reflexão para o exercício de uma profissão em crise, que vem se transformando contínua e rapidamente devido às novas tecnologias e que vem sendo questionada tanto internamente quanto pela sociedade.

É por isso que sentimos a necessidade de mudar valores dentro de nossa profissão de acordo com princípios como os apontados pela Carta das Responsabilidades Humanas (CRH).

- ação e diversidade cultural
- liberdade e dignidade
- justiça e direitos humanos
- aspiração imaterial e material
- bem comum e democracia
- proteção e gestão do meio ambiente
- partilha justa da riqueza
- pesquisa submetida à ética
- solidariedade, justiça e cultura de paz
- conseqüências riscos e incertezas a longo prazo

PAPEL DO JORNALISTA NA SOCIEDADE

Devido à mudança de modelo em que todas as pessoas são produtoras de conteúdo o jornalista, mais que um produtor de informação, passe a refletir sobre o conjunto de informações produzidas pelos diversos atores sociais.

Informar e formar; porque a mídia também tem o papel de educar e ultimamente esse dever tem sido abandonado.

O jornalista deve conscientizar-se de seu papel de historiador do presente, ou seja, da sua responsabilidade nos registros dos fatos.

Questionar as verdades estabelecidas, sendo um critico responsável da realidade.

Há uma nova função social da profissão: O jornalista pode usar as ferramentas da profissão na prática da educomunicaçao.
O jornalista pode atuar como facilitador das relações entre grupos sociais e de interesse e na formação de REDES.

O jornalista deve incentivar a formação de novos comunicadores populares.

AMBIENTE DE TRABALHO

Uma outra redação é possível? Refletir sobre o funcionamento das redações que são autoritárias e verticalizadas.

Criação de conselhos de redação para que haja democratização da produção jornalística nos meios de comunicação....

O novo código de ética dos jornalistas aborda a questão da cláusula de consciência. A carta dos jornalistas deve ampliar esse tema.

O jornalista deve evitar conflitos de interesse, como, por exemplo, misturar atividade publicitária com a sua atividade jornalística, como tem estado em voga atualmente, com jornalistas desempenhando simultaneamente o papel de garoto propaganda; e ser ao mesmo tempo assessor de imprensa e trabalhar em redação. Mais que escolhas éticas, esses problemas revelam a precarização da profissão.
Valorização da profissão.

O jornalista deve lutar por melhores condições de trabalho e remuneração.

FORMAÇÃO

Sugerir um enfoque curricular mais humanístico nas universidades.
Propor uma discussão entre academia e sociedade.

Buscar uma formação constante ampliando seu conhecimento de mundo e da sociedade.

Assumir uma visão mais humanista da sociedade e menos mercadológica devido a uma mudança de paradigma que tem ocorrido nos últimos tempos.

REFLEXÃO SOBRE OS CONTEÚDOS

Discutir a fragmentação das informações nos jornais.

Analisar a linguagem usada nos meios de comunicação. (O jornalismo, por exemplo, usa o discurso da elite para identificar as minorias e reforça os estereótipos e desconhece a diversidade social)

O jornalista deve dar voz a todos e adotar a diversidade e pluralidade.
Promoção da democratização do noticiário

Separação incondicional do noticiário e da publicidade

Assumir as responsabilidades das questões legislativas e políticas que envolvem o jornalismo

CONCLUSÃO:

Os jornalistas se comprometem a praticar e divulgar os princípios da carta dos jornalistas.

Propomos que os itens da CJ, já que não têm caráter normativo, devam ser redigidos em formato jornalístico, com entrevistas, declarações, artigos e demais gêneros noticiosos.

Participaram da elaboração desta Minuta 6 dos integrantes da J-Aliança Santos: Alessandro Atanes, Márcia Costa, Marcelo Gama Leonardo Leal, Mariana Oliveira e Marta Molina.

Publicado em 4 de Julho de 2011
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